JORNADA NO RIO DE JANEIRO DEBATE A VIDA E A OBRA DE ALCEU AMOROSO LIMA

O Instituto Afrânio Affonso Ferreira (IAAF) promove, no próximo dia 11 de dezembro, das 10h às 18h, evento para debater a obra e a época do jornalista, crítico literário e ativista pelos direitos humanos, Alceu Amoroso Lima, personalidade que deixou extenso legado intelectual. O encontro será realizado na Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, no dia de nascimento de Alceu.

A participação é gratuita e o curso voltado a estudantes de letras, estudiosos da vida do intelecutal, interessados no pensamento político brasileiro e ao público em geral.

A jornada, que compreenderá a realização de quatro palestras, seguidas de debates com especialistas, será uma oportunidade para aproximar o público de temas que constituem preocupações constantes na trajetória de Alceu: a produção literária no Brasil e no mundo, considerações sobre a vida política do Brasil, reflexões sobre a condição humana. O músico Mauro Senise, neto de Alceu, realizará uma sessão especial no meio da tarde interpretando “O Bach que Alceu ouviu no Hospital Santa Teresa”, período em que o escritor esteve internado na cidade serrana de Petrópolis.

A jornada Tristão de Athayde – o pensamento e a época de Alceu Amoroso Lima tem o apoio da Lei Rouanet.

PROGRAMAÇÃO

10h - SESSÃO 1 – Abertura e apresentação da trajetória de Tristão na História do Brasil e na memória de familiares.
A sessão inaugural contará com a participação de Cândido Mendes de Almeida, membro da Academia Brasileira de Letras e autor de Da persona à pessoa, uma biografia de Tristão. Outro biógrafo convocado a expor sua opinião é Carlos Eduardo Affonso Ferreira, cujo livro Histórias de meu avô Tristão mistura a pesquisa histórica com as reminiscências da convivência familiar. Após estas duas falas, Guilherme Arduini discorrerá sobre o pensamento social de Tristão em suas distintas fases, a começar pela reafirmação da neocristandade nos anos 1930 e a se encerrar pela abertura às transformações políticas do Brasil nos anos 1980.

Candido Mendes de Almeida é membro da Academia Brasileira de Letras, reitor da Universidade Candido Mendes e embaixador da Boa Vontade para a Aliança das Civilizações (ONU). Carlos Eduardo Affonso Ferreira (Xikito) é neto de Tristão de Athayde e autor de Estarei Delirando?-Memória de Viagens. É também empresário e jornalista, com artigos publicados na Folha de S.Paulo, no Estado de S. Paulo e no Observatório da Imprensa.

Mediador: Guilherme Ramalho Arduini é doutor em Sociologia pela USP e mestre em História pela Unicamp. É autor de Em Busca da Idade Nova: Amoroso Lima e os projetos católicos de organização social (1928-1945).

11h05 - SESSÃO 2 – Os diálogos de Tristão de Athayde com outros intelectuais. Convidados: Leandro Garcia e Marcelo Timotheo da Costa.
Ao longo de seus quase 90 anos de vida, Tristão se correspondeu com os principais nomes da literatura brasileira do século XX. Nesta última década, receberam destaque as cartas que este enviou a sua filha, a irmã abadessa do Mosteiro de São Bento em São Paulo (conhecida pela família pelo apelido de Tuca) e a outros intelectuais brasileiros da importância de Mario de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Frei Betto e Leonardo Boff. Estas correspondências foram objetos de estudo de Leandro Garcia Rodrigues.

Além de seu papel na sociabilidade dos intelectuais nacionais, Alceu foi importante figura na introdução de autores católicos de outros países no Brasil. Por isso, abordaremos o diálogo de Tristão com Thomas Merton, apresentado por Marcelo Timótheo da Costa. A partir da década de 1950, Merton se torna o interlocutor mais frequente ao propor saídas criativas para a crise dos valores tradicionais da Igreja frente a um mundo cada vez mais secularizado.

Leandro Garcia Rodrigues é doutor em Estudos Literários, pela PUC-RJ e prof. adjunto de Teoria Literária e Literatura Comparada da UFMG.

Marcelo Timótheo da Costa é professor de História na Universidade Candido Mendes (RJ) e autor de Um Itinerário no Século - Mudança, Disciplina e Ação em Alceu Amoroso Lima. Mediador: Marcos Guedes Neveu é chefe da Seção de Pesquisa em História da Casa Rui Barbosa e professor da PUC-RJ.

14h - Sessão 3 – Os embates de Alceu Amoroso Lima: Anísio Teixeira e Gustavo Corção
Teixeira e Corção revelam, como em um jogo de espelhos, o caleidoscópio de posições ocupadas por Tristão. Se este perseguia o pioneiro da educação por sua proposta de ensino laico e científico na década de 1930, vinte anos depois eles se tornariam parceiros de empreitadas no Conselho Federal de Educação, com vistas a propor meios de aumentar o investimento na educação de base. No sentido inverso, a amizade inicial de Gustavo Corção se transforma em enfrentamento aberto já nos anos 1960 por temas que se tocam: na Igreja, o espírito de abertura decorrente do Concílio Vaticano II entusiasma Alceu e provoca ojeriza a Corção, que admira a presença de militares no Estado brasileiro – ele próprio, aliás, foi professor do Instituto de Engenharia – enquanto Alceu escreve na imprensa em denúncia contra a tortura e o desmando. Serão responsáveis, respectivamente, por falar de Anísio Teixeira e Gustavo Corção:

Agueda Bittencourt, professora da Faculdade de Educação da Unicamp, autora do artigo “Anísio Teixeira: Origines internationales d' un nationalisme pédagogique”, publicado no Cahiers de la Recherche sur L'Éducation et les Savoirs, v. 1, p. 139-156, 2009.

Christiane Jalles de Paula, professora da Ciência Política da Universidade Federal de Juiz de Fora, autora da tese: Combatendo o bom combate: política e religião nas crônicas jornalísticas de Gustavo Corção (1953-1976).

Mediador: Guilherme Ramalho Arduini é doutor em Sociologia pela USP e mestre em História pela Unicamp. É autor de Em Busca da Idade Nova: Amoroso Lima e os projetos católicos de organização social (1928-1945).

16h - SESSÃO 4 - Alceu e Otávio de Faria
A jornada sobre Alceu se encerra com a abertura para falar sobre outro importante membro de sua família: Otávio de Faria. Os dois mantiveram um importante diálogo sobre literatura, registrado em 1939 nos Cadernos da Hora Presente. Alessandro Garcia conversará a respeito de aspectos biográficos deste importante autor com o professor de literatura da Unesp de Assis, José Carlos Zamboni.

Alessandro Garcia é professor do Instituto Federal Fluminense e atualmente desenvolve um doutorado a respeito da série A tragédia burguesa, de Otávio Faria.
José Carlos Zamboni é professor de literatura.

Mediador: Guilherme Ramalho Arduini é doutor em Sociologia pela USP e mestre em História pela Unicamp. É autor de Em Busca da Idade Nova: Amoroso Lima e os projetos católicos de organização social (1928-1945).

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